Decência é uma palavra fora de moda. Pior, muito pior, fora de uso. Em Gavião Peixoto então, raríssimas vezes a colocamos em prática. Houve uma época, que era salutar ter um bom nome, uma boa índole, uma boa conduta. Ser decente era atributo dos mais profissionais e dos mais diferentes seres humanos. Talvez a culpa esteja na criação oferecida por nossos pais, que nos ensinaram valores que não se corrompem com notas de 50, cestas básicas, tapinhas nas costas e cachaça paga no boteco. Dignidade já é coisa obsoleta e ultrapassada para muitos que se rendem ao cabresto opressor em trocas de migalhas. É preciso resgatar a decência em nossa cidade, que dia a dia está sendo sufocada, extinta, com atos que extrapolam o senso de sociedade, do bem comum.Pode parecer exagero mas é como se muitas pessoas exibissem uma plaquinha de “compre-me ou vendo-me” pendurada no pescoço. Assim, como cordeiros, entregam-se aos lobos famintos, à espera da primeira ninharia que ofereçam pela sua dignidade como cidadão. Aqui se troca a dignidade por muito pouco: um favor aqui, outro acolá, um empreguinho público com salário de fome, um dinheiro para pagar a conta de luz e etc. Decência é uma palavra que parece escapar dos nossos ouvidos, de nossas conversas e, principalmente, dos nossos atos. Tem gente que se diz esclarecida que enterra a decência e coerência na vala suja do oportunismo. Decência é coisa que não se pode esperar nem de nossos agentes políticos, pois por aqui decência vale pouco!
Editorial da Edição nº 80 - de 01 a 15 de Dezembro de 2010.
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